Há muitas opiniões, percepções e sentimentos sobre a cirurgia bariátrica. Algumas ideias prevalecem tanto entre a população em geral quanto entre aqueles que passaram pelo procedimento. No entanto, percebo que muitas pessoas experimentam frustrações ou se sentem enganadas ao descobrir que a realidade é diferente do que imaginavam. Por isso, quero destacar quatro mitos comuns sobre a cirurgia bariátrica.
Quem faz bariátrica não sente fome.
A pessoa que se submete à cirurgia bariátrica continuará sentindo fome, pois a necessidade de se alimentar para viver permanece. Embora algumas pessoas relatem o contrário, a maioria ainda sente fome. Eu, por exemplo, sinto fome com mais frequência do que antes da cirurgia, devido ao fato de comer muito menos agora. E isso é absolutamente normal. Sentir fome, por si só, não é um problema; é uma característica de todo animal. A questão crucial é como escolhemos nos saciar.
2. Quem faz bariátrica não volta a engordar.
A cirurgia bariátrica não é uma solução definitiva e, por si só, não garante a perda de peso. Ela é apenas uma das etapas no tratamento da obesidade. Quem opta pela cirurgia, mas não adota hábitos alimentares saudáveis e uma rotina regular de exercícios, pode voltar a ganhar peso. Estatisticamente, 30% das pessoas que se submetem à cirurgia bariátrica apresentam reganho de peso. Ganhar ou perder peso depende da ingestão de calorias: para emagrecer, é necessário um déficit calórico; para engordar, é preciso um superávit calórico. Mesmo comendo menos devido às restrições impostas pela cirurgia, é possível ingerir calorias suficientes para provocar um superávit e, consequentemente, ganhar peso.
3. Bariátrica é o caminho mais fácil.
A cirurgia bariátrica não é o caminho mais fácil e nem o mais difícil. É simplesmente um caminho.
4. Se tivesse feito dieta e exercício, teria chegado no mesmo resultado.
Esse é um mito parcial. De fato, tanto dieta quanto exercícios podem levar à perda de peso, assim como a cirurgia bariátrica pode ser eficaz quando acompanhada de um plano de tratamento adequado. No entanto, ao considerar a obesidade, é importante reconhecer que a taxa de sucesso do primeiro método é limitada por diversos fatores. A obesidade é uma doença crônica multifatorial, envolvendo fatores genéticos, metabólicos, sociais, psicológicos e ambientais. Portanto, é normal e esperado que o tratamento da obesidade vá além de apenas "fechar a boca e se exercitar".
Quais são os mitos sobre bariátrica que você já ouviu ou acreditou?
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